China propõe plano para adaptar música cristã à ideologia do Partido Comunista

  • 28/05/2025
China propõe plano para adaptar música cristã à ideologia do Partido Comunista
China propõe plano para adaptar música cristã à ideologia do Partido Comunista (Foto: Reprodução)

Em meio ao crescente controle do governo comunista chinês sobre as práticas religiosas, foi anunciado um projeto que tem como foco a “sinicização da música sacra”, ou seja, a adaptação dos hinos e canções cristãs à cultura e aos valores chineses.  

O plano foi divulgado no dia 7 de maio pelas “Duas Associações” — a Associação Cristã Patriótica da China e o Conselho Cristão da China — que são os órgãos oficiais que representam o protestantismo no país e operam sob supervisão direta do governo chinês.

Embora apresentado como uma proposta cultural, o “Projeto de Ministério de Música Sacra para 2025” tem levantado preocupações por indicar um avanço do controle do governo chinês sobre a prática da fé cristã no país.

“Isso reflete uma tendência que temos visto há algum tempo na China: a luta da igreja para se expressar livremente, pregar, ensinar, cantar e adorar conforme achar adequado, de acordo com as Escrituras”, disse Kurt Rovenstine, da organização Bíblias para a China, falando ao Mission Network News. 

Embora esse objetivo possa parecer estar relacionado apenas a técnica musical, o projeto levanta preocupações sobre o aumento da interferência do Partido Comunista Chinês (PCC) que já vem restringindo a autonomia das igrejas e a liberdade de expressão dos cristãos no país.

A criação de programas educacionais do governo voltados à música sacra incluem as seguintes diretrizes: 

1. A formação de equipes oficiais de música sacra;

2. O desenvolvimento de uma biblioteca de canções originais com “características chinesas”;

3. A realização de concertos com o tema “Sinicização”;

4. A integração de módulos de música sacra controlados pelo governo em aplicativos da igreja;

5. O treinamento de voluntários essenciais para a Sinicização.

‘Modelo padronizado’

A China Aid explicou que esses programas têm como objetivo principal filtrar e substituir músicas que não estejam de acordo com os valores políticos e ideológicos do Estado por meio de uma formação de um modelo padronizado. 

“Sentimos uma sensação de controle e censura, o que historicamente não tem sido uma coisa boa”, afirmou Kurt. 

Kurt contou que a mais recente pressão do PCC sobre os cristãos chineses fez com que muitos cristãos questionassem se a Bíblia é suficiente: “A Bíblia é central para a prática da fé. É sobre essa rocha imutável que os fiéis podem se firmar contra as ondas das marés políticas e culturais. Para o Partido Comunista Chinês, esse é o problema”, declarou ele.

“Afinal, a música é um alvo mais fácil do que as Escrituras. Você começa com um ou dois louvores e adiciona um elemento cultural ou um valor chinês ao lado de um valor cristão e as pessoas dizem: 'Bem, isso não é tão ruim'”, acrescentou. 

‘Afeta a compreensão de Deus’

Nos últimos anos, o governo chinês tem pressionado as religiões, incluindo o cristianismo, a se adaptarem aos princípios estabelecidos pelo Partido Comunista. Igrejas e organizações cristãs que atuam legalmente no país têm se esforçado para ajustar suas doutrinas e práticas administrativas. No entanto, agora, até mesmo os louvores precisam refletir os valores e orientações do governo. 

“Os hinos não são meramente uma forma de adoração, mas um meio significativo de transmitir verdades teológicas e moldar a vida espiritual dos cristãos. Eles representam uma confissão de fé compartilhada pela comunidade cristã e expressam a reverência humana a Deus e a compreensão de seu propósito. Cada hino clássico carrega ricas tradições de fé e conotações teológicas e reflete o acúmulo de experiência espiritual dos santos ao longo das gerações”, destacou a China Aid. 

E continuou: “Forçar a sinicização da música sacra e substituí-la por hinos aprovados pelo governo é, sem dúvida, uma distorção e erosão da essência da fé cristã, dissolvendo gradualmente sua singularidade. Isso não apenas limita as escolhas musicais dos cristãos, mas pode até mesmo alterar sutilmente sua compreensão de Deus e seus modos de adoração”.

Desde 2021, as manifestações de fé nas plataformas digitais na China estão sob severas restrições. Diversos louvores foram removidos das redes, assim como aplicativos cristãos.

“Por favor, ore pelos líderes cristãos que enfrentam ataques à música de sua fé. Ore para que os cristãos chineses tenham clareza e discernimento focados no Evangelho ao considerarem, em espírito de oração, como incorporar música em seus cultos. Ore para que eles permaneçam firmes no fundamento da verdade bíblica quando enfrentarem pressão para se desviar da Palavra de Deus”, concluiu Kurt. 

FONTE: http://guiame.com.br/gospel/missoes-acao-social/china-propoe-plano-para-adaptar-musica-crista-ideologia-do-partido-comunista.html


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